As curvas do violino



(foto:http://weheartit.com/entry/5827412)



Se a dança do ventre é uma dança sensual, o violino faz jus ao fato.

Foi um instrumento incorporado à cultura árabe em meados do séc. XIX e início do séc. XX. Dependendo da forma com que se toca, podemos chama-lo por outros nomes. Violino é quando se toca música clássica, rabeca quando são musicas populares, podemos encontrar também como camanja em culturas orientais, quando seu toque é muito fragmentado, “nervoso” eu diria, e outros.

Aqui está outro instrumento no qual podemos nos deliciar em oitos, redondos, ondulações, cambres... Sinuosos movimentos que se encaixam tão bem nas curvas do nosso corpo. E para completar a vitalidade dessa mulher, ele quebra notas em tremidos ansiosos pelo que há de vir.

A forma de se tocar violino a moda oriental é muito diferente da clássica europeia. Aqui podemos opor notas alongadas e quebradas em um único compasso, sempre floreando, sempre enfeitando, sempre poetizando. Pois, apesar de ser um instrumento de cordas, seu som fino é formado quando elas são friccionadas por uma vara de madeira. 






As falanges dos nossos dedos se alternam acariciando o perfume, o olhar e os desejos que nosso corpo emana no ar. As palmas, como conchas, recolhem um som enigmático e empurram seguidamente como a maré.
Ainda como a maré, recolhemos a melodia do violino que passa por nós, brinca dos pés a cabeça e por nossos braços pulsa para fora recomeçando o embalo.
O enigma do violino não está para ser revelado, nem entendido. Está apenas para ser sentido e amado, nada a mais (assim disse Osho sobre as mulheres).



A única coisa que se entende em um taqsim é o que ouvimos e vemos. Taqsins são assim, feitos para serem sentidos, vivenciados, explorados. Simples desse jeito: “ouço, logo vejo” (para o público) e “ouço, logo danço” (para bailarinas) regado por uma deliciosa calda de sentimentos! A empatia entre músico, bailarina e público fazem da dança oriental o verdadeiro sentido de existir e permanecer.

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